Ainda criança, Tom Dantas era um daqueles meninos da tradicional família baiana, com tudo indicando que ele se transformaria em um médico, um engenheiro ou um advogado: estudava em colégio tradicional da capital soteropolitana e seguia à risca a cartilha dos amigos que tiveram o destino que ele mudaria tempos depois. Mas, aí veio seu primeiro amor, aos 14 anos quando, incentivado pela família, o caçula de cinco filhos, teve seu primeiro contato com a arte, ainda no colégio.

O que foi apresentado para ser um hobby virou uma grande paixão para Tom e as apresentações de final de ano – o grupo escolar de teatro fazia uma a cada ano, acabou sendo o melhor momento daquele jovem, que já vislumbrava, embora timidamente, uma carreira nos palcos. “Ali, aprendi toda a teoria e conheci os clássicos, com as montagens feitas ainda na escola”, lembra Tom. Ali, nascia o amor pela arte.

Mas, como já era esperado – e desejado por sua família, ele ingressou na Faculdade de Direito, tentando deixar de lado as aulas de interpretação e a vontade de seguir a carreira artística. Ledo engano: o amor falou mais alto e ele deixou a faculdade, no sexto período e decidiu seguir em busca da profissionalização na carreira que inicialmente lhe foi apresentada como um hobby. “Eu já tinha essa ideia, mas percebi que era isso o que eu queria para a minha vida e entendi que precisava estudar, para ser o melhor na minha nova profissão”.

E assim foi…e se seguiram os diversos workshops de intepretação e cursos de prática de gravação – o primeiro deles feito com Eduardo Milewicz. Ele também buscou formação profissionalizante, na Escola de Artes Cênicas e passou por um processo de Residência Artística na Sede Cia dos Atores, com estudo da Obra de Nelson Rodrigues.

Na residência, participou de uma montagem da obra de Nelson Rodrigues e também viveu o não menos conhecido João Grilo, do Auto da Compadecida.